A Rede Submarina proposta pelos países do Brics é um passo significativo em direção à autonomia e independência na comunicação global.
Este artigo explorará o estudo de viabilidade técnica e econômica que será financiado pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB).
Além disso, será discutido o impacto da concentração dos cabos de fibra óptica no Norte Global e como essa nova rede pode transformar a conectividade entre as nações do Brics.
Serão abordadas as metas para a conclusão da rede até 2025 e as iniciativas em torno da Governança Global da Inteligência Artificial, especialmente os investimentos em soluções de IA no Brasil.
Planejamento do Estudo de Viabilidade da Rede de Cabos Submarinos
Os países do BRICS estão avançando com o planejamento do estudo de viabilidade técnica e econômica da rede de cabos submarinos, visando uma comunicação mais independente e eficiente entre suas nações.
Neste projeto, a governança será assegurada por um comitê composto por representantes dos governos envolvidos, que estabelecerão diretrizes claras para a execução do estudo.
Além disso, o Novo Banco de Desenvolvimento desempenhará um papel crucial na engenharia financeira do projeto, garantindo a sustentabilidade dos investimentos necessários ao longo de sua implementação.
Especificações Técnicas do Sistema de Cabos
O projeto de cabos submarinos de alta velocidade do BRICS contempla especificações técnicas avançadas.
A topologia planejada foca em um sistema eficiente de roteamento óptico, utilizando a tecnologia DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing) que permite a transmissão de múltiplos sinais simultâneos.
Além disso, a capacidade de banda visada é elevada, garantindo a transmissão de dados de forma ágil e segura entre os países membros.
Os protocolos de segurança, fundamentais para garantir a integridade dos dados, serão robustos e seguirão padrões internacionais.
A implementação também prevê requisitos de redundância, assegurando que a comunicação não será interrompida em caso de falhas.
Para mais informações, você pode acessar este artigo sobre a rede de comunicação dos BRICS.
A colaboração entre os países do BRICS através do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) reforça o compromisso com uma infraestrutura de comunicação mais independente.
Estrutura de Financiamento e Análise Econômica
O modelo econômico que fundamenta o investimento na rede de cabos submarinos do BRICS envolve a colaboração com o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) como âncora financeira.
O NBD projeta um retorno robusto com uma TIR superior a 12%, tendo em vista a crescente demanda por comunicação independente e segura.
Os prazos de amortização são delineados para não exceder uma década, com um período de payback estimado em não mais que seis anos.
As garantias soberanas dos países membros oferecem estabilidade ao investimento.
Este cenário robusto, incentivado pelo suporte do NBD, impulsiona não apenas a viabilidade do projeto, mas também solidifica o potencial econômico da infraestrutura digital da região.
Concentração Atual dos Cabos de Fibra Óptica Globais
A predominância do Norte Global na infraestrutura de cabos de fibra óptica submarinos deriva de uma combinação de fatores históricos e econômicos.
Historicamente, o desenvolvimento e implantação de tecnologia avançada em telecomunicações iniciaram-se nas economias mais robustas, resultando em um controle centralizada da infraestrutura pelo Norte.
Os países do BRICS sofrem com essa dependência, já que grande parte dos dados trafegam por essas rotas controladas por empresas ocidentais, o que acarreta não apenas custos elevados mas também limitações na autonomia de comunicação.
Essa situação é exacerbada pela concentração de investimentos e expertise técnica nas nações do Norte, dificultando a diversificação da infraestrutura em regiões emergentes como o Sul Global.
Implicações críticas incluem uma vulnerabilidade acentuada a intervenções externas e riscos à segurança de dados além de um impacto negativo na soberania tecnológica.
Em resposta, os países do BRICS buscam alternativas que favoreçam sua independência.
Obras como o estudo de viabilidade para criação de uma rede de cabos submarinos própria, suportado pelo Novo Banco de Desenvolvimento, representam um passo estratégico e audacioso nessa direção.
Objetivos Estratégicos dos BRICS para uma Comunicação Independente
Os BRICS estão empenhados na criação de uma rede própria de cabos submarinos devido a motivações políticas, econômicas e tecnológicas.
O objetivo central é alcançar soberania digital e fortalecer a resiliência geopolítica dos países membros.
Atualmente, a maioria dos cabos submarinos está concentrada no Norte Global, criando uma dependência que os BRICS buscam reduzir.
Com a construção de uma infraestrutura independente de comunicação, eles visam aumentar a segurança no tráfego de dados, minimizando riscos de interceptação e vigilância por potências externas como destacado em Desafio ao domínio digital ocidental pelos BRICS.
Além disso, pretendem fortalecer a integração entre os países do Sul Global por meio de três metas cruciais:
- Redução da dependência de rotas do Atlântico Norte
- Estímulo à cooperação sul-sul
- Promoção de tecnologias inovadoras
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Esse projeto também sinaliza uma postura assertiva em direção à autonomia tecnológica, abrindo espaço para avanços em inteligência artificial e soluções digitais próprias
Calendário e Compromissos até 2025
Os países do BRICS estão determinados a estabelecer uma rede de cabos submarinos para fortalecer sua independência comunicacional, seguindo um cronograma estratégico até 2025.
A declaração formalizada durante a cúpula no Rio de Janeiro destacou a importância de se concluir os estudos de viabilidade técnica e econômica, financiados pelo Novo Banco de Desenvolvimento, até o final de 2024.
O compromisso é iniciar a fase de implementação logo após a análise dos resultados desse estudo.
Além de buscar maior autonomia comunicacional, essa iniciativa visa equilibrar a concentração de cabos de fibra óptica atualmente predominante no Norte Global.
O foco é garantir que, até 2025, todos os trâmites burocráticos e técnicos estejam finalizados, possibilitando uma nova era de comunicação de alta velocidade para os países membros.
A declaração assinada inclui discussões contínuas sobre a integração de novas tecnologias, incluindo soluções de inteligência artificial.
Governança Global da Inteligência Artificial e Investimentos no Brasil
A governança global da inteligência artificial aprovada pelos BRICS busca estabelecer um cenário de colaboração e segurança tecnológica entre os países envolvidos.
Dentro dessa estrutura, o Brasil se destaca com a criação de um fundo de R$ 23 milhões para incentivar o desenvolvimento de soluções de IA.
Este fundo não apenas simboliza um passo significativo em direção à autonomia tecnológica, mas também fortalece a capacidade do Brasil de participar ativamente em discussões globais.
Os BRICS, ao aprovar este documento, ressaltam a importância de compromissos regulatórios que assegurem o uso ético e seguro da inteligência artificial.
Esses mecanismos de supervisão garantem que as aplicações desenvolvidas no Brasil, com o apoio do fundo, estejam alinhadas às diretrizes internacionais, promovendo inovação responsável.
Articulações dessa natureza demonstram a intenção do grupo de criar uma infraestrutura digital robusta, o que é ainda mais relevante em um cenário onde a comunicação independente e autônoma torna-se crucial, conforme destacado na proposta de construção de cabos submarinos próprios para os BRICS, conforme relatado pela Agência Brasil.
Em resumo, a implementação da Rede Submarina representa uma oportunidade crucial para os países do Brics promoverem uma comunicação mais independente e inovadora, ao mesmo tempo em que impulsionam o desenvolvimento de tecnologias emergentes como a inteligência artificial.