Queda Ações da Netflix de quase 10% na Nasdaq trouxe à tona preocupações sobre a saúde financeira da empresa, especialmente após a divulgação de um lucro líquido de US$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre de 2025, abaixo da expectativa de US$ 3 bilhões.
Este resultado decepcionante é amplamente atribuído a uma complexa disputa tributária no Brasil, onde a Netflix precisa reconhecer uma perda significativa relacionada à Cide-Tecnologia.
Neste artigo, exploraremos os fatores que contribuíram para essa queda, analisando o impacto da tributação e as decisões judiciais que influenciam o desempenho da empresa no mercado global.
Queda de quase 10% nas ações da Netflix e lucro abaixo do previsto
A ação da Netflix experimentou uma queda significativa de quase 10% na Nasdaq, imediatamente após o anúncio de seu relatório trimestral.
Esse movimento brusco no mercado ilustra claramente a reação dos investidores à divulgação de que a empresa não atingiu suas expectativas de lucro.
A frustração em torno dos resultados financeiros se intensificou devido a uma decisão recente do STF sobre a disputa tributária no Brasil, que obrigou a empresa a reconhecer uma perda de US$ 619 milhões.
Isso destaca como controvérsias legais podem impactar dramaticamente o mercado de ações, afetando a confiabilidade dos investidores na estabilidade fiscal da empresa.
Focando nos números centrais que moldaram essa reação, a Netflix declarou um lucro líquido de US$ 2,5 bilhões no terceiro trimestre, bem abaixo do esperado.
O consenso do mercado previa um lucro de US$ 3 bilhões, gerando uma disparidade clara entre expectativa e realidade.
Para compreender melhor essa diferença:
- Lucro projetado: US$ 3 bilhões
 - Lucro real: US$ 2,5 bilhões
 - Perda inesperada: devido à disputa no Brasil
 
.
Essa variação significativa evidencia a influência de fatores externos, como regulações fiscais, sobre o desempenho financeiro de grandes corporações no mercado internacional.
Disputa tributária no Brasil e impacto da Cide-Tecnologia
A disputa tributária envolvendo a Netflix no Brasil em 2025 trouxe à tona a Cide-Tecnologia, um imposto de 10% sobre as remessas ao exterior.
Essa cobrança incide sobre valores enviados a coligadas fora do Brasil, afetando empresas multinacionais como a Netflix.
A decisão do STF validou essa cobrança ampliada, forçando a empresa a reconhecer uma perda de US$ 619 milhões referente aos recursos remetidos entre janeiro de 2022 e setembro de 2025.
| Elemento | Detalhe | 
|---|---|
| Alíquota | 10% | 
| Perda Reconhecida | US$ 619 milhões | 
| Período Impactado | 2022-2025 | 
| Decisão | STF valida cobrança | 
Esse impacto reduziu a margem operacional esperada da Netflix de 31,5% para 28% no terceiro trimestre de 2025, provocando uma queda significativa de quase 10% nas ações da empresa na Nasdaq.
Com isso, a Netflix teve seu lucro trimestral global diminuído, evidenciando o desafio fiscal que empresas enfrentam ao operar em contextos jurídicos complexos como o brasileiro.
Margem operacional afetada pela despesa tributária
A margem de lucro operacional da Netflix no terceiro trimestre de 2025 foi impactada pela aplicação da Cide, um imposto brasileiro que alterou significativamente a performance financeira da empresa.
Com a imposição desse tributo, a margem da Netflix caiu para 28%, em vez da expectativa de 31,5%.
Essa diferença de 3,5 pontos percentuais demonstra claramente como a despesa tributária, relacionada à decisão do STF de validar a cobrança sobre valores remetidos ao exterior, afetou diretamente a rentabilidade operacional da empresa.
Segundo detalhes explicados no link da InfoMoney sobre impacto da Cide na Netflix, a necessidade de reconhecer uma perda de US$ 619 milhões comprometeu a realidade esperada pelos investidores.
Esse cenário evidencia o desafio de operar em mercados com políticas fiscais rigorosas, ressaltando a importância de estratégias financeiras ajustáveis em empresas multinacionais para manter a competitividade e responder às questões tributárias locais.
Decisão do STF e remessas de US$ 6,190 bilhões
O Supremo Tribunal Federal (STF) recentemente validou a cobrança da Cide-Tecnologia sobre remessas feitas ao exterior, decisão que afeta diretamente grandes empresas internacionais como a Netflix.
Com essa decisão, a corte reafirmou a constitucionalidade da Cide, uma contribuição econômica que incide sobre valores remetidos para fora do país, não requerendo a transferência de tecnologia efetiva para incidência do tributo.
A Netflix, uma das empresas impactadas, remeteu US$ 6,190 bilhões para sua sede entre janeiro de 2022 e setembro de 2025. Essa quantia significativa denota a magnitude das operações financeiras internacionais realizadas pela companhia e evidencia a pressão tributária a que está sujeita no mercado brasileiro.
O reconhecimento dessa dívida fiscal representa não apenas um desafio para as finanças da empresa, mas também uma mudança significativa na estratégia fiscal das operações de multinacionais no Brasil.
O impacto é sentido diretamente no caixa da Netflix, que agora precisa contabilizar dívidas fiscais substanciais em seu planejamento financeiro, destacando a importância de estratégias mais assertivas para lidar com as mudanças no cenário tributário brasileiro.
Em resumo, a recente queda das ações da Netflix ilustra como questões tributárias podem impactar gravemente os resultados financeiros de uma empresa, ressaltando a importância de compreender as nuances do mercado internacional e da legislação local.